Antonio Sánchez Solís
Viena, 14 abr (EFE).- Milhares de sacerdotes na Europa e nos Estados
Unidos se uniram a uma chamada à "desobediência" de hierarquia, o que
não veem como heresia, mas uma advertência: se o papa Francisco não
realizar a modernização da Igreja, os católicos, decepcionados,
abandonarão a religião em massa.
"A insatisfação chegou até o núcleo, inclusive até as camadas mais
leais que vão todos os domingos na igreja", disse em entrevista à
Agência Efe Helmut Shüller, porta-voz do grupo de padres austríacos, que
em 2011 se rebelou contra o Vaticano e iniciou um movimento ao qual já
se uniram 3.500 párocos na Europa e nos Estados Unidos.
O chamado grupo "Iniciativa dos Padres" publicou em junho de 2011 um
manifesto no qual "perante a rejeição de Roma de uma reforma que há
tempos é necessária", declarava obrigado a seguir sua própria
consciência e atuar independentemente dos ditados do Vaticano.
Apoiar a ordenação de mulheres e homens, dar comunhão a todos os
"fiéis de boa vontade", "inclusive divorciados" e permitir que também os
laicos prediquem a palavra de Deus são algumas das "desobediências" às
quais se comprometeu um grupo de padres.
O apoio de cerca de 1000 sacerdotes na Irlanda e nos Estados Unidos,
cerca de 700 na Alemanha, mais de 540 na Suíça, contatos com a América
Latina, especialmente com o Brasil, e com a África fez destes
desobedientes a principal ameaça para a hierarquia vaticana.
O pároco Schüller, cuja rebeldia foi castigada com a retirada do
título de "monsenhor", se mostra esperançoso de que a escolha de
Francisco suponha o começo da abertura da Igreja, embora advirta que há
forças, liderados pelo Opus Dei, que vão pressionar o papa.
Embora reconheça que ainda não está claro se o papa quer iniciar
essas reformas, quem nos anos 90 foi diretor de Caritas Áustria,
considera que em volta de Jorge Mario Bergoglio "há uma grande pressão
por conta das expectativas".
"Esperamos com interesse e não queremos ser mal-educados e
impacientes, mas em breve tem que haver sinais", disse Shüller, porque
caso contrário pode ser produzido um efeito negativo.
"Se essa esperança se transformar em decepção, vão acontecer duas
coisas: muitos vão abandonar a Igreja e os que querem mudanças, vão
exigí-las", afirma.
Em qualquer caso, se Francisco decidir fazer mudanças, Schüller
acredita que terá que buscar ajuda e enfrentar as congregações mais
conservadoras, como o Opus Dei, Comunhão e Libertação e os Legionários
de Cristo.
"Está claro que para o Opus Dei, a escolha de Francisco foi uma
derrota. Mas o sistema ainda está aí, há muito poder e muito dinheiro,
há muitos interesses. É quase possível ter um pouco de medo pelo papa,
não deixa de ser perigoso", adverte.
"Há décadas, a administração (vaticana) é fortemente controlada por esses movimentos", explica.
"O maior poder consiste em não fazer nada, como após o Concílio
Vaticano II, quando simplesmente não se aplicou o que tinha sido
acordado", lembra.
Segundo Schüller, qualquer um que trate de reformar coisas nos Bancos
Vaticano vai se encontrar com gente dura "que não tem escrúpulos".
Schüller encoraja o papa a buscar apoio dos bispos e transformar seu sínodo em um órgão de co-governo da Igreja.
Nessa luta de poder e interesses, o ex-vigário geral insiste em que o pilar essencial da Igreja são as comunidades.
"As paróquias ativas são o elemento mais importante da Igreja" e necessitam de apoio e sacerdotes disponíveis, destaca.
"Se essa é a prioridade, é possível permitir que só os homens sejam
sacerdotes e expulsar homens com talento simplesmente porque estão
dispostos a se casar?", coloca, lembrando que justo esses são os eixos
de sua chamada à desobediência.
Schüller compara o afastamento da Igreja com seus fiéis com a
proximidade e a acessibilidade que faz com que os cultos evangélicos
ganhem terreno na América Latina.
Quem fora defensor das vítimas de abusos sexuais na diocese de Viena
rejeita que sua iniciativa seja cismática e assegura que justo essa
demonstração que pode ser crítica dentro da Igreja, fez com que muitos
fiéis não a abandonem.
Com relação ao fato da "desobediência" não ter chegado ainda na
Itália, Espanha ou no leste da Europa, Schüller adverte que essa onda
chegará e lembra que na Irlanda "a Igreja e o povo eram um" e, no
entanto, agora é um dos eixos do movimento de rebeldia.
Isso está relacionado com a perda de confiança na Igreja pelas ocultações nos casos de abusos a menores, assegura.
"Vamos ficar supresos com o que virá da Polônia, do leste da Europa e
do sul da Europa" onde, disse, ainda não foram destapados esses
escândalos.EFE
Há muito tempo atrás um SACERDOTE CATÓLICO também não conformado com o rumo que a IGREJA CATÓLICA seguia , pediu mudanças , não foi ouvido , e para piorar ainda mais , foi banido da igreja .
Foi ruim para IGREJA APÓSTATA CATÓLICA e bom para VERDADEIRO EVANGELHO .
Seu nome MARTINHO LUTERO .
Lutero não queria fundar uma nova religião , ele queria mudanças de atitudes contrarias as escrituras . Com sua banição da igreja , nascia com ele o PROTESTANTISMO (nome pejorativo dado pelos Católicos até os dias de hoje ) .
Pelo que vejo novos Luteros estão surgindo dentro da IGREJA APÓSTATA CATÓLICA . Sacerdotes assim como foi Lutero não conformados com o rumo da da igreja , se levantam pedindo mudanças .
Só quero ver no que vai dar , ou a igreja muda com seu SISTEMA AUTORITARISMO MEDIEVAL , e ouça as necessidades atuais de seu povo , ou , nem precisará banir niguém , porque a debanda vai ser considerável............e É ISSO QUE EU QUERO !!!